DIÁCONO


1. DEFINIÇÃO DO TERMO DIÁCONO

O substantivo diácono procede da palavra grega diakonós. Esta palavra ocorre 29 vezes no Novo Testamento, podendo significar:
a)servo Mt 20:26; 22:13; Mc 9:35
b)garçom Jo 2:5,9
c)ministro Rm 13:4
d)auxiliar 2 Co 6:4; Ef 6:21; Cl 1:23,25; 1 Tm 4:6
e)oficial Fp 1:1; 1 Tm 3:8,12

J.H. Thayer define esta palavra como “aquele que executa as ordens de outro como um servo, atendente, ou ministro.”
Segundo William D. Mounce o verbo grego diakonéw significa “atender, cuidar, servir Mt 8:15; Mc 1:31; Lc 4:39; [...] ministrar, ajudar, dar assistência ou suplicar pelo indispensável à vida, providenciar os meios para se viver Mt 4:11; Mt 27:55; Mc 1:13; Mc 15:41; Lc 8:3.” Esta definição é preferível por mostrar-se mais satisfatória as necessidades da Igreja.

2. A ORIGEM DOS DIÁCONOS NO NOVO TESTAMENTO

A ORIGEM DO OFÍCIO.

É perfeitamente certo que temos a origem do diaconato no sexto capítulo de Atos. A palavra "servir" (diakoneo) em At 6:2 é exatamente a mesma que se usa para designar o ofício de diácono em 1 Tm. 3:10,13, que é o verbo correspondente para diáconos em Fl. 1:1; 1 Tm. 3:8,12.

Os primeiros diáconos receberam seu ofício pela Igreja. "Os doze convocaram a multidão dos discípulos e disseram: "não é justo que desamparemos a Palavra de Deus e sirvamos as mesas. Escolhei, pois, dentre vós, irmãos, sete varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, a quem possais constituir sobre este negócio." (At 6:2,3).

Deve-se observar, com base nessas palavras dos apóstolos, que à congregação é que coube o privilégio de fazer a seleção, indicação, embora os escolhidos devessem ser aprovados e consagrados pelos apóstolos.

3. OS DEVERES DESTE OFÍCIO

Os primeiros sete diáconos foram escolhidos e ordenados para "servirem às mesas", isto é, distribuir alimento aos necessitados, especialmente as viúvas.

Há pelo menos quatro motivos que podemos enumerar para a instituição do diaconato:

1. Para evitar a desordem nos relacionamentos da Igreja. Surgia o grave problema da murmuração.
2. Para evitar que houvesse partidos dentro da Igreja. A omissão às mesas das viúvas enfatizava as diferenças entre o grupo dos judeus helênicos e judeus palestinos.
3. Para evitar a injustiça na distribuição de alimentos e donativos aos necessitados.
4. Para que os mestres da Palavra sejam dedicados no ensino da mesma.

É importante observarmos que os apóstolos não estavam rejeitando o “servir às mesas das viúvas”. John R. W. Stott faz uma importante contribuição ao entendimento deste assunto ao dizer que “não há aqui nenhuma sugestão de que os apóstolos considerassem a obra social inferior à obra pastoral, ou de que a achassem pouco digna para eles. Era apenas uma questão de chamado. Eles não poderiam ser desviados de sua tarefa prioritária”.
Com tudo, tenhamos em mente que os diáconos são "servos", segundo o significado do título e não patrões. São para receberem instrução da igreja mais do que ditarem à igreja. São para ajudarem o pastor mais do que dizer-lhe o que deva fazer. Lembrem-se sempre que o ofício é subordinado ao do pastor.

O abuso do ofício de diáconos os tem feito inúteis ou pior que inúteis em muitas igrejas.

UMA SINTEXE DE SUAS ATRIBUIÇÕES.

"não é justo que desamparemos a Palavra de Deus e sirvamos as mesas. Escolhei, pois, dentre vós, irmãos, sete varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, a quem possais constituir sobre este negócio." (At 6:2,3).

1. executar as tarefas materiais da igreja local. para que os pastores possam se concentrar na oração e no ministério da Palavra de Deus.

Neste rol de atividades poderíamos enquadrar: servir a Ceia do Senhor; tirar oferta; organizar os bancos; zelar pela Igreja; fazer alguns pagamentos quando se fizer necessário; fazer comprar; etc.

2. Promover a paz e união no seio da igreja. Os diáconos devem lutar contra murmurações e partidarismos (ao invés de tolerá-los e até criá-los e encabeçá-los!).

Deve buscar sabedoria divina para não levar todo tipo de problema para o pastor, sendo sempre uma voz amiga a quem precisar.

3. Promover o bem-estar dos crentes. Os diáconos devem tratar das necessidades materiais das viúvas na igreja, At. 6:1. Fazendo uma triagem e encaminhando a Igreja para que A Igreja decida quem recebera e como recebera. 1Tm 5.3

4. Evangelismo pessoal. 6:8 E Estevão, cheio de fé e de poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo. (10) E não podiam resistir à sabedoria, e ao Espírito com que falava. 8:4-6,40 Mas os que andavam dispersos iam por toda a parte, anunciando a palavra. (5) E, descendo Felipe à cidade de Samaria, lhes pregava a Cristo. (6) E as multidões unanimamente prestavam atenção ao que Felipe dizia, porque ouviam e viam os sinais que ele fazia; ...(40) E [depois de ganhar o eunuco etíope para Cristo] Felipe se achou em Azoto e, indo passando, anunciava o evangelho [em] todas as cidades, até que chegou a Cesaréia.

















Notemos que todos os deveres-fim do diácono são auxílios ao pastor.

4. AS QUALIFICAÇÕES DE DIACONOS

1. COMO DADAS EM ATOS 6

(1). Homens de boa reputação

Os diáconos são para ser homens de boa reputação em geral. São para ser homens em quem o povo tenha a máxima confiança. Sem duvida, primeiro que tudo, seriam homens que são escrupulosamente honestos; homens que possam ser acreditados.

(2). Cheios do Espírito

O Espírito Santo está em todo crente (Jo 7:38,39; Rm. 8:9,14; 1 Co. 6:19; Gl. 4:6; Ef. 1:13). Ele é recebido ao tempo em que somos salvos e depois habita conosco para sempre. Quando recebemos o Espírito Santo, recebemos tudo dEle, porque Ele é uma pessoa e, portanto, indivisível. A doutrina que o Espírito é recebido depois da conversão, como foi o caso com os crentes no dia de Pentecostes, não é uma doutrina escrituristica. Não pode haver mais uma repetição do Pentecostes do que haver uma repetição do Calvário. Todas as obras da graça são definidas e aqueles que ainda estão falando sobre a segunda devem ser lamentados. Os que estão verdadeiramente salvos receberam inumeráveis obras de graça definidas. Gente que não tem em si o Espírito Santo habitando não precisa buscar a segunda benção; ainda não receberam a primeira.

Ainda que gente salva tenha o Espírito nela, não estão todos cheios dEle. Ela tem tudo dEle, mas Ele não tem tudo dela. A necessidade não é que ela deve buscar o Espírito, mas que ela deve render-se ao Espírito já nela, de maneira que Ele a achará com Sua presença e poder. DEle é uma presença expansiva e Ele enche tanto de nós, e somente tanto de nós como não está cheio de algo mais. Se é para o Espírito encher-nos, devemos esvaziar-nos do eu e do mundo. É somente de homens que fizeram completa rendição ao Espírito que devemos fazer diáconos.

(3). E de sabedoria

Os diáconos são para ser homens de discernimento e perícia. A sabedoria aqui mencionada não é sabedoria humana, mas aquela que vem de cima (Tg 1:5, 3:17). O senso comum é o pensar comum do homem. E o pensar comum do homem é o pensar da mente carnal. E a mente carnal é inimiga contra Deus (Rm. 8:7). Logo, alguém podia do mesmo modo falar sobre inimizade santificada contra Deus como falar de senso comum santificado. A estima de Deus pelo senso humano achar-se-á em Tg. 3:15. Muito dano resulta de se experimentar levar avante os negócios de Deus segundo a maneira dos negócios seculares. Tg 1:5 fala como conseguir a sabedoria necessária e um diácono.

2. COMO DADA EM 1 TIMÓTEO 3

(1). Respeitaveis

Isto quer dizer que os diáconos devem ser dignos de respeito, homens de aspecto digno.

(2). De uma só palavra.

Quer diz que os diáconos devem ser homens cuja palavra possa ser crida. Não insincero, no sentido de alguém dizer uma coisa, mas querer dar a entender outra, ou dizer algo para alguém e dizer algo diferente para outra. Um diácono deve manter total honestidade e franqueza ao tratar com todos, sem qualquer favoritismo.

(3). Não dados a muito vinho

Nos tempos do Novo testamento as bebidas alcoólicas não foram abusadas como são hoje; portanto, não eram absolutamente proibidas. Só o abuso delas era proibido. Mas hoje elas têm sido sujeitas a um tal abuso que é bom a todos os crentes, especialmente pastores e diáconos, abster-se totalmente mesmo de vinho, exceto para fins médicos e sagrados.

(4). Não cobiçoso de torpe ganância.

Um diácono não deve ser um homem que tenha amor regrado pelo dinheiro. Se ele for, ele provavelmente desviará fundos a ele confiados. Grande tem sido a vergonha trazida às igrejas por causa de homens gulosos de torpe ganância abonados com dinheiro da igreja.

(5). Retendo o ministério de fé numa pura consciência

Os diáconos deveriam ser sãos na fé. O diácono é o guardião da fé. Negar qualquer verdade fundamental da Bíblia não está apto para ser diácono. O diácono é para sustentar a fé numa pura consciência - alguém que tenha sido purificado pelo sangue de Cristo e renovado pelo Espírito Santo. Semelhante consciência estará livre de vil egoísmo e hipocrisia e será regulado por devoção e sinceridade.

(6). Experimentados (provados)

Sobre nenhum homem imporíamos mãos repentinas ou apressadamente (1 Tm. 5:22). Um diácono não deveria ser um noviço, ou um vindo de fresco à fé (1 Tm. 3:6). Não deveríamos eleger homens como diáconos só para honrá-los, nem por serem influentes ou ricos, mas somente quando se provaram na posse de qualificações escrituristicas.

(8). Sejam maridos de uma mulher e governe bem seus filhos e suas próprias casas.

Um diácono deve ter uma só esposa viva. Deve ter seus filhos em sujeição. Uma das maiores necessidades práticas deste tempo é um revivamento da autoridade paterna dos velhos tempos. A autoridade frouxa, se autoridade de fato pode ser chamada, na média dos lares cristãos hoje, é uma vergonha e uma desgraça. Não admira que a geração mais jovem é conspícua pela sua ausência aos cultos na maioria dos lugares. São criados a ter seu próprio caminho e não segundo seu próprio caminho ir a igreja. Muitos filhos hoje, na maior parte, obedecem quando lhes apraz. O diácono é para GOVERNAR seus filhos e não para deixar que seus filhos o governem. E o diácono é para ser o cabeça de sua casa, porque a Escritura não só especifica que é para ele governar seus filhos senão também toda a sua casa. O plano divino é para o marido ser o cabeça do lar. Quando o homem é um cristão, e isto é reconhecido, o lar será o mais feliz dos lares. Se o homem não é cristão e a mulher é, então terá ela de fazer o melhor que puder. Se ela era cristã quando casou com ele, ela violou a Palavra de Deus (2 Co. 6:14), e deve fazer o melhor que puder do castigo que receberá. Tem-se dito e bem verdadeiramente, se uma mulher casa com um filho do diabo, ela pode esperar ter barulho com o seu sogro.

5. O QUE DIZ AS ESCRITURAS SOBRE ORDENAÇÃO DE DIACONISAS.

A. Rm 16:1-2. "Recomendo-vos, pois, Febe, nossa irmão, a qual serve na igreja que está em Cencréia, para que a recebais no Senhor, como convém aos santos, e a ajudeis em qualquer coisa que de vós necessitar; porque tem hospedado a muitos, como também a mim mesmo".

Febe era uma senhora, membra da igreja em Cencréia e Paulo a chama aqui de serva, que é traduzida da palavra grega "diakonos". É a mesma palavra traduzida como diácono em Fl 1:1. A palavra diácono significa servo. Paulo chama Febe de serva, da igreja em Cencréia, nestes versículos. Os que são a favor de que se ordenem diaconisas quase sempre citam Rm 16:1-2 e dizem que Febe era diaconisa e portanto, a Bíblia defende que elas podem ser ordenadas para este ofício.

Mas a palavra "diakonos", usada por Paulo em referência a Febe, não é um termo técnico e significa simplesmente uma serva. Paulo, ao aplicar este termo a Febe não diz que ela era uma oficial ordenada na igreja, mas sim que era uma serva. O Senhor Jesus usa o termo servo (diakonos) neste mesmo sentido não-técnico em Marcos 10:43, ao dizer: "qualquer que dentre vós quiser ser grande, será vosso serviçal", ou servo (diakonos). O Senhor não disse, nem quis dizer aqui: "Qualquer que entre vós quiser ser grande, será vosso diácono". Este termo é um substantivo comum e não próprio, referindo-se a um ofício na igreja. Febe era uma serva na igreja, do mesmo modo que tantas outras senhoras o foram em suas igrejas durante os séculos. Isto não significa que tinha um cargo (ofício ordenado) na igreja. Febe era serva, por causa de seus atos de caridade e hospitalidade, pois em Rm 16:1-2 Paulo se refere a ela como hospedeira (literalmente uma ajudante), "porque tem hospedado a muitos, como também a mim mesmo". Febe ajudava muita gente em necessidade e era boa para com quem precisasse de bondade. Ela servia à igreja ao hospedar e socorrer os irmãos em Cristo. Lc 8:3 fala de algumas mulheres que "serviam" ao Senhor com seus bens e a mesma palavra usada em Lc 8:3 é traduzida "hospedado" em Rm 16:2. Febe era serva da igreja em Cencréia num sentido não-técnico como fica óbvio ao se comparar Rm 16:1-2 com outros versículos na Bíblia. Além de Rm 16:1 não há nenhuma alusão no Novo Testamento de mulheres jamais servindo como diaconisa.

B. Supõe-se também, que as mulheres mencionadas em Fl. 4:3 eram diaconisas.

Mas aqui há menos evidência para o ofício do que no caso anterior. Não se dá aqui o mais leve indício que essas mulheres foram diaconisas. Houve algumas mulheres que assistiram a Cristo no Seu trabalho.

C. Arque-se que um tal ofício existiu nas igrejas pos - apostólicas.

Mas muitas coisas existiram na maioria das igrejas pos - apostólicas que não foram de instituição divina.

D. Diz-se que o "grego não tem "suas esposas", mas simplesmente mulheres, sem artigo ou pronome, e é, portanto, devidamente vertido, não "suas esposas", mas mulheres e, neste contexto, diáconos femininas" (H. H. Harvey).

Verdade é que o grego não diz expressamente "suas esposas", e, enquanto a palavra para "esposas" é uma palavra que signifique simplesmente "mulheres", contudo é a única palavra em o Novo Testamento para esposas, e é, portanto, a palavra que seria usada para denotar esposas. O pronome possessivo é facilmente entendido desde que diáconos estão sob discussão. Quanto à omissão do artigo, não é isso significante, pois não há artigo antes de diáconos no verso 8. E quando lemos no verso seguinte que o diácono é para ser marido de uma esposa, acrescenta força à idéia que as esposas de diáconos se intencionam no verso 11.

E. Diz-se que não há razão para definirem-se as qualificações das esposas de diáconos enquanto que nada se diz das esposas de bispos.

Não há razão para limitar "suas esposas" às esposas de diáconos. Cremos que se refere tanto às esposas de diáconos como também as de bispos. Semelhante interpretação nada tem a ver contra. E cremos que é correta.

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Gálatas 3:28.
"Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus".

Quem defende a ordenação de mulheres como diaconisas sugere que este versículo ensina que cada membro da igreja é igual e assim não se deve fazer diferença entre homens e mulheres na ordenação de diáconos. Gl 3:28 ensina o sacerdócio de todos os crentes e que mulheres têm o mesmo acesso a Deus que os homens, através de Jesus Cristo. As mulheres crentes são igualmente eleitas com os homens que pertencem ao Senhor. As mulheres que crêem em Cristo são igualmente justificadas e têm todos os privilégios da justificação e santificação que os homens crentes têm. Gl 3:28 ensina que a mulher em Cristo é espiritualmente igual ao homem em Cristo.
Embora seja verdade que as mulheres são iguais aos homens em termos de redenção, também é verdade que não são iguais a eles em suas funções na igreja. Paulo, o mesmo apóstolo que escreveu Gl 3:28 diz em outros versículos da Bíblia que ainda há divisões e variedades de funções na igreja.

Por exemplo: I Co 11:3 afirma claramente que as mulheres não têm funções iguais aos dos homens na igreja. "Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o homem, e o homem é a cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Cristo".

I Co 14:34-35 instrui as mulheres a que fiquem em silêncio nos cultos de adoração da igreja. Isto certamente não será soa como se as mulheres fossem iguais aos homens, em função, na igreja. "As vossas mulheres estejam caladas nas igrejas; porque não lhes é permitido falar; mas estejam sujeitas, como também ordena a lei. E, se querem aprender alguma coisa, interroguem em casa a seus próprios maridos; porque é vergonhoso que as mulheres falem na igreja".

Paulo diz em Ef 5:22-24: "Vós, mulheres, sujeitai-vos a vossos maridos, como ao Senhor; porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o salvador do corpo. De sorte que, assim como a igreja está sujeita a Cristo, em tudo sujeitas a seus maridos". Isto, com certeza, não parece mostrar que as mulheres são iguais aos homens, em função, na igreja.

Em I Tm 2:11-12 Paulo diz: "A mulher aprenda em silêncio, com toda a sujeição. Não permito, porém, que a mulher ensine, nem use de autoridade sobre o marido, mas que esteja em silêncio". Estes versículos também não parecem mostrar que as mulheres têm as mesmas funções que os homens na igreja.

I Co 12 indica que nem todos têm a mesma função na igreja. O versículo 14 diz: "Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos". O versículo 15 diz: "Se o pé disser: Porque não sou do corpo; não será por isso do corpo"? Versículo 20 diz: "Assim , pois, há muitos membros, mas um corpo". E no versículo 23 está escrito: "E os que reputamos serem menos honrosos no corpo, a esses honramos muito mais; e aos que em nós são menos decorosos damos muito mais honra". É óbvio aqui que Paulo não considera todos na igreja como iguais em funções. Pelo contrário, ele diz que cada membro tem uma função diferente e diversificada.

Vamos voltar à Gl 3:28. Aqueles que querem ordenar diaconisas colocam a palavra "igreja" no lugar da palavra "Cristo" neste versículo, fazendo com que se leia assim: "Não há macho nem fêmea ….na igreja". Note, cuidadosamente, que é em Cristo que não há macho nem fêmea. Mas, Cristo e a igreja não são a mesma coisa.

Deus fez uma distinção bem clara entre homem e mulher e o papel que cada um tem em Sua igreja. A diferença de sexo é irrelevante na redenção, mas a diferença existe se nos referimos à adoração e normas da igreja. A igualdade sobre a qual Gálatas fala tem a ver com a vida espiritual e posição em Cristo diante de Deus. Isto não entra em conflito no que diz respeito a diversidade de cargos (ofícios), responsabilidades e dons na igreja e no mundo, ensinadas em outras passagens no Novo Testamento. Gl 3:28 não ensina que homens e mulheres são iguais em tudo na igreja. Ele não permite que as mulheres sirvam nos ofícios ordenados (consagrados como pastora ou diaconisa) na igreja. Gl 3:28 não tem nada a ver com o assunto de se ordenar diaconisas.

At 6:1-7.
Esta passagem conta sobre a escolha dos primeiros diáconos da igreja primitiva em Jerusalém. Os apóstolos ao instruírem a igreja para escolher estes diáconos apresentam uma lista com algumas qualificações que devem ter, e uma delas requeria especificamente que fossem homens. Versículo 3: "Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio".

A palavra grega traduzida como homens, neste versículo é "aner", a qual nunca é usada para o sexo feminino no Novo Testamento. Ela sempre se refere a uma pessoa do sexo masculino. E até possui em seu significado a conotação de marido. Nenhuma mulher foi escolhida nesta primeira eleição e isto não aconteceu porque os apóstolos disseram à igreja para escolher sete homens a serem ordenados diáconos.

1 Tm 3:11-12. Aqui, Paulo apresenta uma lista das qualificações para quem quer servir como diácono numa igreja. "Os diáconos sejam maridos de uma só mulher, e governem bem a seus filhos e suas próprias casas". O versículo 12 afirma claramente que os diáconos devem ser "…maridos…" e a palavra grega aqui, mais uma vez, é aner, a qual vimos traduzida como homens em At 6:3. Obviamente, só poderia se referir a pessoas do sexo masculino. Os diáconos devem ser maridos de uma só mulher. E as mulheres não podem qualificar fazer isto. Portanto os diáconos têm que ser homens. I Tm 3:12, por si só, é bastante para nos fazer saber que uma mulher não pode ser diaconisa.

6. ALGUMAS RAZÕES GERALMENTE DADAS PARA SE ORDENAREM AS DIACONISAS

Há quem diga que os ensinamentos bíblicos, em relação às mulheres foram escritos para as pessoas nos tempos bíblicos. Quando os tempos mudaram, mudando também os costumes sociais, os ensinamentos de Paulo sobre as mulheres não são mais relevantes. Estas pessoas argumentam que os ensinamentos do Novo Testamento em relação às mulheres refletem simplesmente os costumes sociais e culturais daquela época e que Paulo, ou por ser um machista ou porque temia ser considerado um revolucionário, acomodava seus ensinamentos a estes costumes.
Mas não há razão para se crer que os ensinamentos de Paulo sobre as mulheres sejam condicionados à cultura. Ao ensinar sobre as mulheres na igreja, Paulo não se curvava ao costume social, mas expunha princípios que são ligados e relevantes para todo mundo, em todas as épocas.

A responsabilidade das mulheres de ficarem em silêncio na igreja não é uma exigência cultural do mundo greco-romano da época de Paulo. É antes uma questão da lei de Deus. Examine I Co 14:34: "As vossas mulheres estejam caladas nas igrejas; porque não lhes é permitido falar; mas estejam sujeitas, como também ordena a lei". Paulo fala sobre a mesma lei em I Tm 2:12-14: "Não permito, porém, que a mulher ensine, nem use de autoridade sobre o marido, mas que esteja em silêncio. Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva. E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão".

Outra razão dada, às vezes, pelos que defendem a ordenação de mulheres como diaconisas é que isto já foi feito em algumas igrejas com resultados muito bons. Mas as bênçãos de Deus não podem ser determinadas por resultados visíveis. O pensamento de que resultados visíveis provam a retidão das mulheres servindo como diaconisas significaria que cada pastor que não apresenta resultados visíveis é falso. Noé foi um pregador da justiça, mas ninguém acreditou nele. Os resultados de Isaías foram tão ínfimos que ele perguntou em Is 53:1: "Quem deu crédito à nossa pregação"?

O trabalho de Deus deve ser feito da maneira de Deus, a fim de receber as bênçãos de Deus. Não importa quão engenhosos, quão bem planejados e quão bem executados sejam os projetos humanos, no fim eles fracassarão e causarão um grande prejuízo, se não estiverem, em harmonia com a verdade revelada de Deus.

O rei Davi estava levando a Arca da Aliança para Jerusalém, certo dia. Em vez de fazer com que os levitas a levassem aos ombros, com as varas, como Deus instruíra através de Moisés, ele fez com que fosse levada num carro novo de bois. Quando o carro deu uma sacudidela e a arca ameaçava cair, um homem chamado Uzá estendeu a mão para equilibrá-la, e quando a mão tocou a arca Deus fez com que ele morresse imediatamente.

Uzá queria fazer uma coisa boa. Estava cuidando dos interesses de Deus, mas Davi não fez a obra de Deus, à maneira de Deus e o resultado foi uma tragédia. Davi devia saber o método como Deus ordenara que a levasse e cuidasse da arca, mas ou não era sabia ou esquecera, ou talvez achasse que não era tão importante.

I Cr 15:15 nos diz o segredo do sucesso de Davi quando finalmente levou a arca para Jerusalém. Diz que a arca foi levada "como Moisés tinha ordenado, conforme a palavra do Senhor". Se quisermos realizar o propósito de Deus, devemos fazer a obra de Deus, à maneira de Deus.

Em I Co 14:40 Paulo diz que a ordem divina deve ser seguida nas igrejas. "Mas faça-se tudo decentemente e com ordem". Os problemas surgem na igreja, quando deixarmos de seguir a ordem de Deus. Nada honra o Senhor exceto aquilo que é feito em obediência à Sua vontade revelada. Cristo Jesus nunca designou uma mulher para o cargo de diácono ou pastor. Sua ordem na igreja é que os homens preencham estes cargos – mulheres não.

A QUESTÃO REAL

A questão real não é se devemos ou não ordenar as diaconisas. A questão real é nossa opinião sobre as Escrituras. Vamos interpretá-la comparando Escritura com Escritura, ou a luz da nossa própria época cultural? Há os que se sintam livres hoje para interpretar as Escrituras que não aceitam, como sendo "condicionadas culturalmente". Se um ensino que é tão claro e simples como estes versículos relacionados à necessidade de diáconos sendo homens, pode ser reinterpretado de acordo com os costumes sociais de hoje, então todos os ensinamentos dos escritos de Paulo podem ser reinterpretados do mesmo modo. Se rejeitarmos os ensinamentos do Novo Testamento em relação às mulheres por causa das mudanças em nossa cultura, então por que não rejeitamos o sétimo mandamento por nossa cultura em sua atitude em relação ao sexo? E. Y. Mullies, um antigo professor do Seminário Teológico Batista da Convenção em Louisville, Kentucky, escreveu o que é chamado a Regra Áurea da Interpretação de Escritura. A regra áurea começa assim: "Quando o sentido claro da Escritura fizer sentido, não se busque outro sentido…"
Devemos ter cuidado para não sermos influenciados a interpretar a Bíblia pelas tendências sociais e movimentos de nossos dias. Não é coincidência que este assunto de se ordenar ou não diaconisas apareceu numa época quando o feminismo é um assunto apoiado nas áreas seculares. E quando nossas igrejas não estiverem solidamente ancoradas na Palavra de Deus, freqüentemente serão levadas pelas correntes das tendências sociais deste mundo. Uma igreja com opinião fraca sobre a autoridade das Escrituras vai achar fácil reinterpretar a Bíblia, a fim de manter o passo com estas mesmas correntes de tendências sociais.

A Bíblia é nossa autoridade final em todos os assuntos de fé e prática. Onde existe na Bíblia um versículo que defende a ordenação de diaconisas ou pastoras? Não existe registro no Novo Testamento de mulher nenhuma sendo ordenada para algum ofício.

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